sexta-feira, fevereiro 29, 2008
terça-feira, fevereiro 19, 2008
Passeando por Havana Velha
Os azulejos foram oferta da embaixada de Portugal em Havana, da Fábrica de Cerâmica Viúva de Lamego
Bar frequentado por Heminguay, bebi um "mojito"
Bar frequentado por Heminguay, bebi um "mojito"
o meu nome também ficou escrito na parede
saiba muito mais aqui
Foi celebrado no ano de 2000 um Protocolo de Geminação entre Sintra e Havana Velha, considerando os valores de universalidade comuns aos Povos de Cuba e de Portugal, o interesse no estreitamento dos laços culturais e de amizade entre os dois lugares declarados Património Mundial e a comprovada vontade de ambas as partes de fortalecer e aprofundar as suas relações em diversas esferas de interesse comum.
Foi celebrado no ano de 2000 um Protocolo de Geminação entre Sintra e Havana Velha, considerando os valores de universalidade comuns aos Povos de Cuba e de Portugal, o interesse no estreitamento dos laços culturais e de amizade entre os dois lugares declarados Património Mundial e a comprovada vontade de ambas as partes de fortalecer e aprofundar as suas relações em diversas esferas de interesse comum.
sábado, fevereiro 16, 2008
Profusão de tonalidades
Na floresta dos sonhos, dia a dia,
Se interna meu dorido pensamento.
Nas regiões do vago esquecimento
Me conduz, passo a passo, a fantasia.
Atravesso, no escuro, a névoa fria
Dum mundo estranho, que povoa o vento,
E meu queixoso e incerto sentimento
Só das visões da noite se confia.
Que místicos desejos me enlouquecem?
Do Nirvana os abismos aparecem
A meus olhos, na muda imensidade!
Nesta viagem pelo ermo espaço,
Só busco o teu encontro e o teu abraço,
Morte! irmã do Amor e da Verdade!
"Sonetos Completos" Antero de Quental
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
domingo, fevereiro 10, 2008
As árvores
As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.
antónio gedeão
Obra Poética, Lisboa, edições JSC, 2001
Obra Poética, Lisboa, edições JSC, 2001
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
Cântico
Mundo à
nossa medida
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
Miguel Torga
nossa medida
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
Miguel Torga
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
sábado, fevereiro 02, 2008
Máscara de Carnaval
Como te quero e admiro
Máscara de Carnaval ...
Máscara querida,
Porque não és fingida ...
Tu não mentes,
Dizes o que sentes,
És o que és ...
Fica conosco
O ano inteiro;
Ensina o homem
A ser verdadeiro;
Tapa-lhe a cara
De máscara disfarçada,
Que faz do mundo actual,
Um terrível
E constante Carnaval."
(Maria Alice Fonseca)
Máscara de Carnaval ...
Máscara querida,
Porque não és fingida ...
Tu não mentes,
Dizes o que sentes,
És o que és ...
Fica conosco
O ano inteiro;
Ensina o homem
A ser verdadeiro;
Tapa-lhe a cara
De máscara disfarçada,
Que faz do mundo actual,
Um terrível
E constante Carnaval."
(Maria Alice Fonseca)