Cântico
Mundo à
nossa medida
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
Miguel Torga
nossa medida
Redondo como os olhos,
E como eles, também,
A receber de fora
A luz e a sombra, consoante a hora
Mundo apenas pretexto
Doutros mundos.
Base de onde levanta
A inquietação,
Cansada da uniforme rotação
Do dia a dia.
Mundo que a fantasia
Desfigura
A vê-lo cada vez de mais altura.
Mundo do mesmo barro
De que somos feitos.
Carne da nossa carne
Apodrecida.
Mundo que o tempo gasta e arrefece,
Mas o único jardim que se conhece
Onde floresce a vida.
Miguel Torga
5 Comments:
Olá Fernanda !
É sempre reconfortante lêr um poema de Torga, mesmo quando o cansaço nos apoquenta a mente .
Zé Gomes
By Anónimo, at 10:45 da tarde
é tão bom partilhares Torga aqui, connosco......
Obrigada.
Bom fim-de-semana
Beijo
By Maria, at 5:05 da manhã
Miguel Torga,que grande poeta. Um bom fim de semana.
By Rui Caetano, at 5:21 da tarde
Torga sempre.
É salutar!
By Anónimo, at 6:52 da tarde
suspeito que a árvore se encontra no miradouro, à entrada sul da minha freguesia... mais pelo enquadramento do que pelo árvore em si.
By Carlos Faria, at 10:45 da tarde
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