Ilhas do mar

domingo, setembro 13, 2009

Ar de Inverno

Aves do mar que em ronda lenta

giram no ar, à ventania

gritam na tarde macilenta

a sua bárbara alegria.



Incha lá fora a vaga escura,

uiva o nordeste aflitamente.

Que mágoa anónima satura

este ar de Inverno, este ar doente?



Alma que vogas a gemer

na tarde anémica, de vento,

como se infiltra no meu ser

o teu esparso sofrimento!



Que viuvez desamparada

chora no ar, no vento frio,

por esta tarde macerada

em que a esperança se esvaiu...



... almas cativas, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, 3ª SÉRIE, PÁG. 73