Homenagem a José Carlos Ary dos Santos
Soneto
Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?
Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.
Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.
José Carlos Ary dos Santos
saiba mais aqui
Fecham-se os dedos donde corre a esperança,
Toldam-se os olhos donde corre a vida.
Porquê esperar, porquê, se não se alcança
Mais do que a angústia que nos é devida?
Antes aproveitar a nossa herança
De intenções e palavras proibidas.
Antes rirmos do anjo, cuja lança
Nos expulsa da terra prometida.
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,
Antes o olhar que peca, a mão que rouba,
O gesto que estrangula, a voz que grita.
Antes viver do que morrer no pasmo
Do nada que nos surge e nos devora,
Do monstro que inventámos e nos fita.
José Carlos Ary dos Santos
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4 Comments:
Do mesmo autor, o "Fado dos Açores":
"Já nascem as belas-donas já estão
na cinza dos meus cabelos Outono
chove dentro do meu coração
"cerrado" que não tem dono.
"Cerrado" que não tem dono Outono
coração pedra queimada marcada
por tantas noites sem sono
à espera da madrugada.
Tirando as aspas dos olhos
do grande mar da minha distância
as aspas dos ananases
são as espadas da minha infância.
São as ilhas dos Açores
a ilha dos meus amores
e o azul a que pertences
o azul dos olhos a cor das hortenses.
Lonjura da minha ilha presente
na dor de uma rosa emigrada resiste
lava lavando a alma da gente
vulcão dum homem triste.
Vulcão duma ilha deserta de mim
desde que foste naquele vapor
menina do mar sem fim
cercada por água amor.
Tirando as aspas dos olhos
do grande mar da minha distância
as aspas dos ananases
são as espadas da minha infância."
By Anónimo, at 12:13 da tarde
Até um Dia. Zé Carlos.
Original é o Poeta.
Que chegar ao despudor.
De escrever todos os dias.
Como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia.
Como se fosse uma mulher.
E nela emprenha a alegria.
De ser um homem qualquer.
in) Ary dos Santos.
By Anónimo, at 12:59 da tarde
Belos poemas do Ary! Obrigada
By Maria Silva, at 2:44 da tarde
Viveu durante pouco tempo mas, mesmo assim, o suficiente para ser tão GRANDE.
Merecida homenagem.
Um abraço.
By Pé de Salsa, at 5:08 da tarde
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