Jardim
Jardim Florêncio Terra - cidade da Horta
Negro jardim onde violas soam
e o mal da vida em ecos se dispersa:
à toa uma canção envolve os ramos,
como a estátua indecisa se reflecte
no lago há longos anos habitado
por peixes, não, matéria putrescível,
mas por pálidas contas de colares
que alguém vai desatando, olhos vazados
e mãos oferecidas e mecânicas,
de um vegetal segredo enfeitiçadas,
enquanto outras visões se delineiam
e logo se enovelam: mascarada,
que sei de sua essência (ou não a tem),
jardim apenas, pétalas, presságio.
Carlos Drummond de Andrade "in Antologia Poética"
4 Comments:
Rosa Rosae
Rosa e todas as rimas
Rosa e os perfumes todos
Rosa no florindo espelho
Rosa na brancura branca
Rosa no carmim da hora
Rosa no brinco e pulseira
Rosa no deslumbramento
Rosa no distanciamento
Rosa no que não foi escrito
Rosa no que deixou de ser dito
Rosa no pétala a pétala
despetalirosada in)Carlos Drummond de Andrade
poetaeusou(detodosospoetas)
By Anónimo, at 11:14 da tarde
"Na festa dos jardins, só as silenciosa camélias brancas, na sua altivez de princesas - elas são a tua imagem, fascinadora orgulhosa!- é que se mostravam descontentes no alegro vivaz que a luz tocava na grande orquesta da vida, porque naturalmente receavam que outras flores lhes viessem roubar o amor das estrelas que de noite as namoram do alto firmamento, quando as suas corolas acetinadas bebem de manso os cristalinos orvalhos, ou então que os lírios e as rosas fossem em seu lugar servir de engaste ao romate de um corpete, ou estrelar a noite de uma trança.
(In Cronicas Alegres de Manuel Zeborne)
By Anónimo, at 12:26 da manhã
Aqui...como ilustração o jardim é bonito mas, para mim, o poema de Drummond de Andrade, supera-o.
Beijo.
By Pé de Salsa, at 6:48 da tarde
O jardim está muito decaído, já foi muito bonito.
By Maria Silva, at 11:15 da tarde
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