Ilhas do mar

sexta-feira, abril 27, 2007

Desencanto



as minhas janelas

Desencantado encantamento.
Desiludida ilusão.
De amor, breve momento.
Desencontrada paixão.
Nos olhos, ficou saudade.
Na alma, profunda mágoa.
Nos lábios amarga verdade
Do riso desfeito em água...
Quantas lágrimas choradas
Nos silêncios do meu eu!...
Foram tristes, magoadas.
E hoje, que nada é meu,
Resisto. Ficam caladas
As palvras. Nada morreu

Rosa Calisto, 1986

4 Comments:

  • Numa manhã de domingo

    «Tudo era claro:
    céu, lábios, areias.

    O mar estava perto,
    Fremente de espumas.

    Corpos ou ondas:
    iam, vinham, iam,
    dóceis, leves, só
    alma e brancura.

    Felizes, cantam;
    serenos, dormem;
    despertos, amam,
    exaltam o silêncio.

    Tudo era claro,
    jovem, alado.

    O mar estava perto,
    puríssimo, doirado.»

    Eugénio de Andrade

    By Anonymous Anónimo, at 10:59 da manhã  

  • Pode ter sido ditado pelo desencanto, mas que é excelente, não ficam dúvidas.
    Tal como aquilo que se vê das janelas.

    Boa semana

    By Blogger leituras, at 2:29 da tarde  

  • Desiludida ilusão
    *
    j
    *

    By Blogger poetaeusou . . ., at 12:20 da manhã  

  • Fernanda
    Muita coisa ficou
    Que prolongará tua vida.
    A paisagem não mudou,
    Nem no peito, a dor sofrida.
    poetanashorasvagas+

    By Anonymous Anónimo, at 6:59 da tarde  

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