Ilhas do mar

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

20 anos depois... Homenagem a Zeca Afonso

Um cravo para Zeca Afonso
Vejam bem

Que não há

Só gaivotas

Em terra

Quando um homem

Se põe

A pansar


Quem lá vem

Dorma à noite

Ao relento

Na areia

Dorme à noite

Ao relento

Do mar


E se houver

Uma praça

De gente

Madura

E uma estátua

De febre

A arder


Anda alguém

Pela noite

À procura

E não há

Quem lhe queira

Valer


Vejam bem

Daquele homem

A fraca

Figura


Desbravando

Os caminhos

Do pão


E se houver

Uma praça

De gente

Madura

Ninguém vai

Levantá-lo

Do chão


Vejam bem

Que não há

Só gaivotas

Em terra

Quando um homeme

Se põe

A pensar


Quem lá vem

Dorme à noite

Ao relento de areia

Dorme à noite

ao relento do mar.




7 Comments:

  • Nanda, até "nisto" soube ver.
    MAS, NUNCA FOI POLITICO.
    lê num meu comentário de hoje.
    E A MORTE SAIU Á RUA NUM DIA ASSIM.
    Nefretite não tinha papeira
    Tuthankamon apetite
    Já minha avó me dizia
    Olha que a sopa arrefece
    Nos funerais de antanho
    As capicuas gritavam
    E às escuras na cozinha
    Já as galinhas dormiam
    Manolo era o rei do fandango
    Do fandaguilho picado
    Maria se fores ao baile
    Leva o casaco castanho
    O rei João era dos tesos
    Chamavam-lhe João dos Quintos
    Lá na terra brasileira
    Vinham quintais de Ouro Preto
    Em suma a soma interessava
    A quem interessa algum dia
    De lingotes e pimentas
    Ainda vamos ao fundo
    Lá para o reino da Arábia
    Havia amêndoas aos centos
    Que grande rebaldaria
    E a Palestina às escuras
    Os Sheikes israelitas
    Já que estou com a mão na massa
    Lembram-me os Sheikes das fitas
    Que dão porrada a quem passa
    in)José Afonso

    By Blogger poetaeusou . . ., at 4:44 da tarde  

  • "Não me obriguem a vir para a rua cantar
    Que é já tempo de embalar a roupa e zarpar"

    Grande Zeca!
    Eterno!

    By Anonymous Anónimo, at 5:43 da tarde  

  • Voces sabem que o Pedro Afonso,filho do Zeca Afonso, vive na Horta?

    By Anonymous Anónimo, at 12:29 da tarde  

  • sim. eu sei

    By Blogger Maria Silva, at 12:43 da tarde  

  • Apesar da TV pública ter exibido o concerto do Zeca, gravado ao vivo no Coliseu dos Recreios, fora dos chamados horários nobres (Acabou às 3 da matina), não consegui arredar pé. Quando um Homem se põe a cantar...
    Voltar a desassossegar, é urgente! Agora, mais do que nunca.
    No dizer de José Afonso: Quando um Homem se acomoda, está tudo lixado.

    By Anonymous Anónimo, at 1:45 da tarde  

  • 20 anos depois a memória continua bem viva e a poesia e música de Zeca Afonso bem presentes. Gostei da escolha, o meu tema preferido do Zeca.
    Saudações!

    By Blogger ROADRUNNER, at 8:55 da tarde  

  • Merece uma segunda vez...
    »»
    A morte saiu à rua num dia as sima
    Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
    Um a gota rubra sobre a calçada cai
    E um rio de sangue dum peito aberto sai
    zeca
    EU VI O RIO.
    b)

    By Blogger poetaeusou . . ., at 3:50 da tarde  

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