20 anos depois... Homenagem a Zeca Afonso
Um cravo para Zeca Afonso
Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pansar
Quem lá vem
Dorma à noite
Ao relento
Na areia
Dorme à noite
Ao relento
Do mar
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
E uma estátua
De febre
A arder
Anda alguém
Pela noite
À procura
E não há
Quem lhe queira
Valer
Vejam bem
Daquele homem
A fraca
Figura
Desbravando
Os caminhos
Do pão
E se houver
Uma praça
De gente
Madura
Ninguém vai
Levantá-lo
Do chão
Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homeme
Se põe
A pensar
Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento de areia
Dorme à noite
ao relento do mar.
7 Comments:
Nanda, até "nisto" soube ver.
MAS, NUNCA FOI POLITICO.
lê num meu comentário de hoje.
E A MORTE SAIU Á RUA NUM DIA ASSIM.
Nefretite não tinha papeira
Tuthankamon apetite
Já minha avó me dizia
Olha que a sopa arrefece
Nos funerais de antanho
As capicuas gritavam
E às escuras na cozinha
Já as galinhas dormiam
Manolo era o rei do fandango
Do fandaguilho picado
Maria se fores ao baile
Leva o casaco castanho
O rei João era dos tesos
Chamavam-lhe João dos Quintos
Lá na terra brasileira
Vinham quintais de Ouro Preto
Em suma a soma interessava
A quem interessa algum dia
De lingotes e pimentas
Ainda vamos ao fundo
Lá para o reino da Arábia
Havia amêndoas aos centos
Que grande rebaldaria
E a Palestina às escuras
Os Sheikes israelitas
Já que estou com a mão na massa
Lembram-me os Sheikes das fitas
Que dão porrada a quem passa
in)José Afonso
By poetaeusou . . ., at 4:44 da tarde
"Não me obriguem a vir para a rua cantar
Que é já tempo de embalar a roupa e zarpar"
Grande Zeca!
Eterno!
By Anónimo, at 5:43 da tarde
Voces sabem que o Pedro Afonso,filho do Zeca Afonso, vive na Horta?
By Anónimo, at 12:29 da tarde
sim. eu sei
By Maria Silva, at 12:43 da tarde
Apesar da TV pública ter exibido o concerto do Zeca, gravado ao vivo no Coliseu dos Recreios, fora dos chamados horários nobres (Acabou às 3 da matina), não consegui arredar pé. Quando um Homem se põe a cantar...
Voltar a desassossegar, é urgente! Agora, mais do que nunca.
No dizer de José Afonso: Quando um Homem se acomoda, está tudo lixado.
By Anónimo, at 1:45 da tarde
20 anos depois a memória continua bem viva e a poesia e música de Zeca Afonso bem presentes. Gostei da escolha, o meu tema preferido do Zeca.
Saudações!
By ROADRUNNER, at 8:55 da tarde
Merece uma segunda vez...
»»
A morte saiu à rua num dia as sima
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Um a gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
zeca
EU VI O RIO.
b)
By poetaeusou . . ., at 3:50 da tarde
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