Portugal fechado
Não consigo guardar só para os leitores da revista Visão, este resumo do estudo de Inês Rapazote e Mónica Oliveira sobre o Portugal do Futuro. Encerram-se escolas e maternidades, fecham-se urgências e esquadras de polícia, extinguem-se ou fundem-se freguesias. Tudo em nome de uma das mais ambiciosas reformas ...
Fecho das escolas
Prós
- Fim do isolamento de muitas crianças, permitindo uma maior socialização
- Terminam as turmas com alunos do 1º ao 4º ano, o que prejudica a qualidade do ensino.
Contras
- Crianças deixam de fazer parte da vida activa das aldeias,pois sairam de casa de manhã e só regressarão ao fim da tarde.
- No interior, muitas das novas escolas obrigarão as crianças a viagens de dezenas de quilómetros por dia, em estradas degradadas.
Fecho das urgências nocturnas nos centros de saúde
Prós
- As médias de atendimento nocturno de alguns SAP não justificam a sua manutenção.
- Pode ser uma perda de tempo em casos verdadeiramente urgentes.
Contras
- Com o critério da média de atendimento nocturno, o encerramento ocorrerá nos concelhos mais despovoados e com população mais envelhecida, logo, a que mais necessita de cuidados.
- É uma medida economicista. Contraria o princípio de que os cuidados de saúde devem estar próximos dos cidadãos.
Encerramento de blocos de parto
Prós
- Os obstretas "perdem a mão" em salas de parto com menos de 1500 partos anuais.
- As parturientes ficam mais próximas de unidades maiores, com serviços de sangue, cuidados intensivos e neonatologia.
Contras
- O número de partos como critério pode levar à despromoção das instituições de saúde em zonas já deprimidas e desincentivar a fixação de jovens.
- Em muitas freguesias rurais, as crianças passam a nascer na ambulância, visto a parturiente ficar a mais de uma hora da sala de parto. (DO PICO PARA O FAIAL, VÃO COM UMA SEMANA OU MAIS DE ANTECEDÊNCIA)
Extinção e fusão de freguesias
Prós
- Há freguesias com menos eleitores que algumas ruas
- Obtém-se uma melhor prestação de serviços à população.
Contras
- Não ajuda à coesão territorial, num mundo rural onde a freguesia é a única âncora que liga a população à administração pública.
- É mais um serviço a ficar mais longe das populações, podendo agravar a desertificação.
Fecho das Esquadras
Prós
- Deslocação de agentes para zonas mais populosas e com maior potencial de criminalidade
- Maior definição de zonas de competência entre GNR e PSP
Contras
- Pequenas localidades ficarão mais protegidas, dado que, com o País coberto de auto-estradsa, o crime chega hoje depresa ao Interior.
- Com o fim anunciado da PSP em muitas freguesias urbanas, a GNR fica sobrecarregada.
É este o método para corrigir as Assimetrias Regionais? É deste modo que se pretende resolver o problema da Litoralização? É assim que se fixam as populações nos meios rurais, com bem estar económico e social?É assim que se pretende travar a Emigração clandestina para o Canadá e outros destinos?É assim que se evita a escravatura na Holanda, Espanha e outros..? É assim que se quer um País melhor?
16 Comments:
Em termos de gestão dos espaços, é a pior coisa que se pode fazer. É por isso que quando o País começa a arder, ninguém o consegue apagar. É por isso que as catástrofes são cada vez maior, é por isso que está tudo tão desiquilibrado.
E a regionalização?
By Desambientado, at 11:36 da tarde
E a regionalização?
Todos os países da UE, à excepçãp de Portugal e os recém-chegados,encetaram processos de regionalização faz tempo.A constituiçaõ do Comité das Regiões, tem precisamente o objectivo de promover a descentralização do poder.Somos sempre diferentes...
By Maria Silva, at 12:06 da manhã
Bolas, tu estás a 100%!
By frosado, at 2:56 da tarde
Tens razão, companheira, e, no entanto, eu ainda conheço uma jovem que se mudou para a ilha do Corvo, por vontade! ;)
By Caiê, at 4:08 da tarde
Eu também ía para o Corvo... com o meu computador, os meus livros, a minha máquina fotográfica e o material para pintar... o tédio não seria problema para mim!!! O resto logo se veria...
Um bjinho
By Aprendiz de Viajante, at 8:10 da tarde
Entretanto, com o fecho das maternidades do interior "obrigam-nos" a termos os nossos filhos em Espanha, obrigam-nos a conceber cidadãos espanhóis! Que raio de lei ou projecto-lei ou o que lhe quiserem chamar (eu chamo-lhe uma aberração, que só pode vir de um autêntico mentecapto!)é este, que provavelmente deve ser caso único no mundo? O incentivo à natalidade num país estrangeiro, por parte dos governantes!!! Antes ter um filho numa manjedoura do que fazê-lo nascer em Espanha! Naturalmente esse senhor ministro da saúde nunca deve ter ouvido falar na padeira de Aljubarrota, nem deve perceber nada de história, porque senão teria a dignidade de respeitar os nossos antepassados (pelos vistos não os dele!)que durante séculos lutaram por criar e manter este rectângulozinho, que é só a nação mais antiga da Europa e a segunda do mundo.
By Anónimo, at 9:00 da tarde
Pelos vistos....
By Desambientado, at 10:27 da tarde
Na Alemanha já existem incentivos económicos para pessoas e/ou entidades com projectos que queiram regressar às aldeias. Já repararam que a desertificação rural traz mais problemas que benefícios.
By Fátima Silva, at 11:09 da tarde
Querida FSilva,
Apresentas aqui um excelente tópico, que revela o que está a acontecer a nível global!...
Esta é a chamada Imersão Global, e o início da morte da identificação étnico-sócio-cultural do mundo!...Perde-se assim a identidade, e transformamos o mundo num local sem cor e identidade própria!...Se não tivermos cuidado, em breve, todos os sítios do mundo serão iguais, e todas as pessoas se comportarão da mesma maneira, servindo a sociedade imperialista e económica do mundo, como escravos, sem identidade própria!...Compreendo melhor, a cada dia, a resistência de locais, como a Suíça, para não perdewrem a sua identidade e definição cultural, em nome do progresso e do desenvolvimento económico do mundo!...
Beijos e abraços,
Nuno Osvaldo
By Janelas da Alma, at 12:22 da tarde
Como disse a caríssima Fátima Silva, na Alemanha existem incentivos económicos para as pessoas regressarem às aldeias e às zonas mais despriviligiadas, cá fomenta-se precisamente o contrário: afastar as pessoas do interior forçando-as a migrar para o litoral mais rico e quase super-lotado. E dirá alguém: "Não é verdade, têem-se melhorado as acessibilidades, feito IPs, Auto-Estradas..." E então? Auto-estradas para quê? Só se for para chegar mais rápidamente a Espanha e ao resto da Europa, porque pelo caminho não há nada. Nem indústria, nem fábricas, nem Lanifícios,´só a agricultura que como toda a gente sabe hoje em dia não é minimamente atractiva nem tem força suficiente para fixar pessoas. Tudo o resto que eventualmente ainda existir está para fechar em breve! Em Trás-Os-Montes já existem autarquias, que devido à desertificação e ao perigo imediato de EXTINÇÃO de certas localidades, oferecem compensações monetárias para as pessoas lá permanecerem. Mas isto resolverá alguma coisa? Vão subsidiar a permanência dos habitantes durante toda a vida se não há forma de os inserir no mercado de trabalho, porque não há mercado de trabalho? Está tudo trocado e baralhado!!!
By Anónimo, at 9:17 da tarde
Linda, já tenho azevinho outra vez e tenho, lá, uma novidade. Boas férias da Páscoa!
By frosado, at 7:20 da manhã
Desculpem, logo que possa vou responder-vos. Estive dois dias sem telefone e net, só consegui hoje, após reclamação.
By Maria Silva, at 11:52 da manhã
Fernanda.
Dás autorização para que uma aluna de mestrado possa usar a tua fotografia do juniperus na sua tese?
By Desambientado, at 10:06 da manhã
sim. claro. Boa Páscoa
By Maria Silva, at 2:37 da tarde
Passei para deixar um bjinho e uma feliz Páscoa!
By Aprendiz de Viajante, at 11:33 da tarde
Obrigada e igualmente wicca
By Maria Silva, at 11:41 da tarde
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