Ilhas do mar

terça-feira, março 28, 2006

Quarteto do Mondego

Quando a saudade é grande... Dói!
Dedico este poema aos meus amigos, algures na terra dos "doutores"



Digo Mondego ó águas que passais
e há salgueiros por dentro das imagens
há um rio a correr pelas vogais
banhando do poema as verdes margens.

Digo Mondego e há folhas a cair
levemente levadas pelo vento.
São as metáforas mais tristes de Setembro
digo Mondego e há aves a partir.

Este é um rio que se escreve aos poucos
devagar devagar nos ritmos dissonantes.
Digo Mondego e há letras como choupos
na página onde choram consoantes.

Mondego fica para lá dos mitos
abstractos são os símbolos e os sinais.
E todos os poemas foram escritos
em suas águas para nunca mais.


Manuel Alegre

5 Comments:

  • Fui encher a bilha e trouxe-a vazia como a levei
    Mondego qué da tua água
    qué do pranto que eu chorei

    bjs, daqui da margem do Mondego...

    By Blogger frosado, at 5:22 da tarde  

  • Recordando

    «Águas passadas do rio,
    Meu sono vazio
    Não vão acordar;
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar.

    Rios que vão dar ao mar
    Deixem meus olhos secar
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar.

    Águas do rio correndo
    Poentes morrendo
    Pràs bandas do mar;
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar.»

    Zeca Afonso

    By Anonymous Anónimo, at 6:55 da tarde  

  • Quanta melancolia expressa neste poema.
    Muito bonito, mas muito triste.

    By Blogger Fátima Silva, at 5:27 da tarde  

  • Há dias assim...

    Bjnos

    By Blogger Maria Silva, at 10:15 da tarde  

  • intiresno muito, obrigado

    By Anonymous Anónimo, at 5:57 da manhã  

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