Ilhas do mar

quarta-feira, janeiro 21, 2009


Assinala-se hoje, em Cabo Verde, o Dia dos Heróis Nacionais, com várias iniciativas locais. Amílcar Cabral foi poeta, agrónomo, fundador do PAIGC e pai das independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau, morto a 20 Janeiro de 1973, na Guiné-Bissau é pouco conhecido pelos jovens guineenses, apenas com a percepção que foi alguém “importante”.“O povo da Guiné gosta muito de Amílcar Cabral porque ele trabalha bem e paga salários a antigos combatentes”, afirmou à Agência Lusa uma aluna de um liceu guineense.“Amílcar Cabral é nosso líder, é o pai da nação… mais ou menos”, disse outro jovem.Este afastamento deve-se ao facto de não existir um ensino da história da Guiné-Bissau nos programas do secundário, e com o fim do regime de partido único, em 1991, deixou de se ensinar a história do país, que se confundia com a do PAIGC, explica o professor João Gomes à Lusa.“Antigamente, estudavam-se obras de Amílcar Cabral numa disciplina chamada formação militante, mas com a abertura democrática (…) houve necessidade de adaptação às novas exigências e surgiu uma disciplina chamada educação social”“Hoje em dia os conhecimentos que temos da luta armada é dos nossos antigos combatentes e familiares”, sublinhou João Gomes.
Em Cabo Verde as comemorações acontecem um pouco por todas as ilhas, na Praia, o Presidente Pedro Pires procede a colocação de uma coroa de flores junto ao Memorial Amílcar Cabral, e o primeiro-ministro José Maria Neves inaugura o Centro de Saúde de Tira-Chapéu.
Em África, Amílcar Cabral foi um pouco a figura do Martin Luther King - o líder religioso galardoado em 1964 com o Prémio Nobel da Paz pela sua campanha a favor dos direitos cívicos da minoria negra - foi na América.Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, na Guine em 1932, veio para Cabo Verde em 1943, onde completa em 1944, no Mindelo o curso Liceal e em 1945 emprega-se na Imprensa Nacional, na Praia. Em 1945 foi estudar agronomia para Lisboa, regressando mais tarde a Bissau para trabalhar, em 1956 estabeleceu contactos com o MPLA, em Angola.Em 1956 fundou o PAIGC e iniciou a luta armada pela independência do país a 23 de Janeiro de 1963 com um ataque ao aquartelamento de Tite, no sul da Guiné.Amílcar Cabral foi morto em Conacri a 20 de Janeiro de 1973, na antiga sede do PAIGC naquele país, hoje embaixada de Bissau.

Fonte:www.sapo.cv

4 Comments:

  • Amilcar Cabral foi um grande líder Africano. Caiu às mãos da PIDE e do exército português, na altura comandados por António Spínola.
    Não me espanta que os jovens guineenses não saibam quem foi Amílcar Cabral, ou o confundam com algum dirigente vivo.
    Também cá, em vésperas do 25 de Abril, ouvimos os maiores disparates da boca de alguns dos nossos jovens, que também não sabem rigorosamente nada nem sobre o 25 de Abril, nem sobre alguns dos nomes mais salientes do 25 de Abril, nem sabem quem foi gente de antes do 25 de Abril.
    Somos nós que temos que os ensinar, já que a Escola democrática - repara que não temos partido único - também não se preocupa muito em ensinar a História recente do nosso País.

    Há 36 anos estava eu na Bélgica...

    Beijinho, Nanda

    By Blogger Maria, at 9:08 da tarde  

  • O desconhecimento sobre Amílcar cabral na Guiné, é exactamente idêntico ao que existe em Portugal sobre figuras históricas do país.

    Mas a culpa não é das crianças ou jovens.
    Não sei se morrerá solteira...mas quem criou os programas escolares...ou tem criado...merecia um severo castigo.

    By Anonymous Anónimo, at 7:58 da tarde  

  • uma boa homenagem.

    By Blogger Rui Caetano, at 8:33 da tarde  

  • Sem dúvida que tendes muita razão. Os valores das sociedades actuais a incutir às novas gerações, são muito pouco profundos, assim, como o relatar da história contemporânea

    By Blogger Maria Silva, at 8:42 da tarde  

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