Ilhas do mar

segunda-feira, setembro 24, 2007

Amor que morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


Florbela Espanca

2 Comments:

  • Comecei a ler em fiquei em dúvida mas depois...só Florbela escreveria assim.

    By Blogger Pitanga Doce, at 2:09 da manhã  

  • E será Nanda que não morrem todos os amores? Como sabes a Florbela Espanca vivia de Amor não correspondido, mas lá dizia o poeta: "Que seja eterno, enquanto dure", pelo menos enquanto durar que seja intenso, vivo, quente, doce e amargo mas que toque as nossas almas.

    By Blogger theresia, at 1:47 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home