Ilhas do mar

sábado, abril 07, 2007

Vida de gato...




Gato que brincas na rua
Como se fosse na ama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa

6 Comments:

  • Não conhecia este poema do Pessoa, mas é uma descrição perfeita.
    Saudações!

    By Blogger ROADRUNNER, at 11:05 da tarde  

  • *
    Ninguém como os gatos
    sabe contar as estrelas e os duendes
    que se evadem do labirinto das fábulas
    para desassossegarem as virgens
    das aguarelas dos quartos interditos.
    Os gatos lavam-se
    para que nada do que é impuro
    macule a santidade
    dos instantes que a memória não retém,
    por serem felinos como o revérbero das pedras
    preciosas da noite dos alquimistas.
    *
    in)José Jorge Letria
    *
    ji)
    *

    By Blogger poetaeusou . . ., at 2:39 da tarde  

  • É muito bonito o poema, não conhecia.

    By Blogger Maria Silva, at 2:43 da tarde  

  • Bonito tema, os gatos.
    Boa semana !
    Beijos

    By Blogger rosa dourada/ondina azul, at 4:15 da tarde  

  • Bonitos são, mas cuidado que eles, também, por vezes, arranham.
    E cuidadinho que "gato escaldado da àgua fria tem medo" ditado popular que, por vezes, tem destinatário.
    -E lá diz o velho ditado
    da sabedoria popular,
    que um gato escaldado,
    tá pronto pr'arranhar.

    By Anonymous Anónimo, at 3:43 da tarde  

  • Estes não...

    bjs

    By Blogger Maria Silva, at 8:42 da tarde  

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