Vida de gato...
Gato que brincas na rua
Como se fosse na ama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa
6 Comments:
Não conhecia este poema do Pessoa, mas é uma descrição perfeita.
Saudações!
By ROADRUNNER, at 11:05 da tarde
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Ninguém como os gatos
sabe contar as estrelas e os duendes
que se evadem do labirinto das fábulas
para desassossegarem as virgens
das aguarelas dos quartos interditos.
Os gatos lavam-se
para que nada do que é impuro
macule a santidade
dos instantes que a memória não retém,
por serem felinos como o revérbero das pedras
preciosas da noite dos alquimistas.
*
in)José Jorge Letria
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ji)
*
By poetaeusou . . ., at 2:39 da tarde
É muito bonito o poema, não conhecia.
By Maria Silva, at 2:43 da tarde
Bonito tema, os gatos.
Boa semana !
Beijos
By rosa dourada/ondina azul, at 4:15 da tarde
Bonitos são, mas cuidado que eles, também, por vezes, arranham.
E cuidadinho que "gato escaldado da àgua fria tem medo" ditado popular que, por vezes, tem destinatário.
-E lá diz o velho ditado
da sabedoria popular,
que um gato escaldado,
tá pronto pr'arranhar.
By Anónimo, at 3:43 da tarde
Estes não...
bjs
By Maria Silva, at 8:42 da tarde
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