Ilhas do mar

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Janela

2 Comments:

  • 124 anos depois

    «Abro a janela e apetece-me berrar: acabou-se! acabou-se finalmente este tenebroso e ridículo regime (…)
    E o telefone toca, toca, toca... Juntámos as vozes na mesma alegria. (Só é pena que os mortos não nos possam também telefonar da Morte: o Bento de Jesus Caraça, o Manuel Mendes, o Casais Monteiro, o Redol, o Edmundo de Bettencourt, o Zé Bacelar, a Ofélia e o Bernardo Marques, o Pavia, o Soeiro Pereira Gomes e outros, muitos, tantos... Tenho de me contentar com os vivos. Porque felizmente dos vivos poucos traíram ou desanimaram. Resistimos quase todos de unhas, cravadas, nas palmas das mãos...
    De repente, estremeço, aterrado.
    Mas isto de transformar o mundo só com vivos não será difícil?
    Saio de casa. E uma rapariga que não conheço, que nunca vi na vida, agarra-se a mim aos beijos.
    Revolução.»

    José Gomes Ferreira
    Poeta Militante III - Viagem do Século Vinte em mim

    By Anonymous Anónimo, at 10:31 da tarde  

  • Meu tempo é meu. A mim pertence e eu sempre poderei manuseá-lo ao meu gosto e prazer...
    Então e sendo assim, poderei adaptar o meu próprio tempo, debruçando meu corpo e a deslizando meu olhar, pela vidraça dessa 'senhora janela' do Tempo...

    By Anonymous Anónimo, at 12:25 da manhã  

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