Ilhas do mar

segunda-feira, dezembro 05, 2005



Alta na sombra a crita de agapantos,
Langue no lago a lua é uma sonata.
Vergam-se ao sono as rosas. Os amantes
Passeiam no jardim com pés de prata.

No repuxo chilreiam sons remotos.
Vultos de fumo expiram sob os plátanos.
Tudo se afasta. Uma elegia. Os mortos
Vêm buscar as flores que nos deixaram.

Cala-se o tempo. O amor procura
A sua estrela que caiu na relva.
Tudo se afasta. É estranhamente pura
A sensação de estarmos sós na terra.


Natália Correia