Balada de Outono para Zeca Afonso
Uma noite um adeus sono vazio água das fontes choups laranjais as palavras levadas pelo rio ó ribeiras chorai não mais não mais. Ó ribeiras calai-vos anjo negro cavaleiros vampiros rosa fria. As palavras caíam no Mondego era Outono e só ele se despedia. Partir para Marrocos ou Turquia embarcar na falua de Istambul dobrar o cabo da melancolia partir partir partir mais para o sul. Ouve Zeca Afonso: e a cantoria? - Preciso de partir para outro fado. E havia em sua voz o que só havia do outro lado. Havia Bensafrim e a hospedaria um redondo vocábulo e um sino. As bruxas. Mafarricas. Alquimia para mudar o canto e o destino. Por isso aquela noite sem saber era outra a canção que lhe nascia. Havia em sua voz uma estátua a arder e Grândola era o país que não havia. O calor de mais cinco e da amizade. S. Francisco de Assis: voz companheira para levar aos pobres de cidade uma canção à sombra da azinheira. ( Manuel Alegre ) |
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