Ilhas do mar

quarta-feira, outubro 05, 2005

De noite


De noite, quando a pêndula do amor oscila
entre Sempre e Nunca
a tua palavra vai juntar-se às luas do coração
e o teu olhar de tempestade
azul oferece à Terra o céu.

De longínquo, de enegrecido de sonho
bosque nos bafeja o exalado,
e o perdido vagueia, grande como os espectors do futuro.

O que agora se abaixa ou se levanta,
pertence ao que está sepultado no mais íntimo:
cego como o olhar que trocamos,
beija o tempo na boca.


Paul Celan - Versão Portuguesa de Paulo Quintela