Soneto de amor difícil
A praia abandonada recomeça
logo que o mar se vai, a desejá-lo:
é como o nosso amor, somente embalo
enquanto não é mais que uma promessa...
Mas se na praia a onda se espedaça.
há logo nostalgia duma flor
que ali devia estar para compor
a vaga em seu rumor de fim de raça,
Bruscos e doloridos, refulgimos
no silêncio de morte que nos tolhe,
como entre o mar e a praia um longo molhe
de súbito surgido à flor dos limos.
E deste amor difícil só nasceu
desencanto na curva do teu céu.
David Mourão Ferreira
logo que o mar se vai, a desejá-lo:
é como o nosso amor, somente embalo
enquanto não é mais que uma promessa...
Mas se na praia a onda se espedaça.
há logo nostalgia duma flor
que ali devia estar para compor
a vaga em seu rumor de fim de raça,
Bruscos e doloridos, refulgimos
no silêncio de morte que nos tolhe,
como entre o mar e a praia um longo molhe
de súbito surgido à flor dos limos.
E deste amor difícil só nasceu
desencanto na curva do teu céu.
David Mourão Ferreira
2 Comments:
Eu adoro a poesia deste senhor! Também já postei um poema dele.
Um bjo e bom fds.
By Aprendiz de Viajante, at 9:25 da tarde
Estava com saudades de tua janela!!! Passei no Desambientado e li teu comentário e peguei carona para vir até aqui!!! Adorei teus posts como sempre e te deixei recado no post do Vulcão dos Capelinhos!!!
Estou definitivamente sem computador, pois ontem o meu incendiou de vez e é novo. Provavelmente um defeito de fábrica, mas já perdi a garantia. Fiquei bem chateada pelas muitas coisas que haviam lá e que já não existe mais, mas enfim...
Por essa razão tem sido difícil para mim visitar as janelas que eu gosto e escrever comentários como eu fazia antes. Agora mal consigo postar e o faço sem escrever muito, pelas dificuldades que a falta do equipamente gera. Mas enfim, não há mal que dure para sempre.
Beijinhos pra tie um excelente final de semana!!!
Cris
By Lâmina d'Água & Silêncio, at 2:07 da tarde
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