Nestas alturas Fernanda, as pessoas querem é um tecto e de preferência com cara de casa nova. As pessoas que moravam nestas de pedra, moravam lá porque não tinham hipóteses de melhor. Digo isto porque a freguesia dos meus avós no Faial, a Ribeirinha, foi toda abaixo (como se viu), e «passada» para nova localização com novas construções. Digo-te, sem contar com o factor saudade, eles estão bem mais felizes com o conforto e não teriam ficado mais contentes se o governo e CPR os tivesse obrigado a respeitar a traça antiga. É difícil em caso de sismo obter consenso estético/cultural quando a prioridade é a sobrevivencia e o conforto. Tive um tio que morreu há um ano sem ver a nova casinha, morreu num barraco nos Cedros, doente e ao frio. Não é fácil. Falando por mim, acho que é mais quem sempre morou em casa nova ou de cidade que aprecia mais as antigas de pedra. Tenho muita pena também, mas são consequências naturais imprevistas, daí que a única forma de conservação seja o turismo rural. Penso eu. Um abraço amiga*
este comentário era para baixo... quanto á reconstrução ou entidades (in)competentes (i)responsáveis, podia-te falar nas empresas que fugiram ou foram à falência, mas creio que saberás também de tantos casos como eu. sem esquecer das pessoas oportunistas que fizeram construções de luxo e ainda alugaram quartos. etc. ;)
Que engraçado, os meus avós maternos eram da Ribeirinha, mais propriamente dos Espalhafatos, detestava qd vinhamos da Terceira, nas férias do Verão, era obrigatório visitar o "tio António do botequim" e claro pernoitar, não havia luz eléctrica, eu achava aquilo tão triste, ele compensava-me com um baloiço na quinta...
O meu propósito, nesta postagem, é chamar a atenção ao "destino" que se deu e continua a dar à nossa "pedra talhada" utilizada outrora nas contruções, que foi enterrada e que está sendo utilizada na construção de muros. Já não há canteiros, não seria bom ter sido recolhida, para venda ou outro tipo de transação para quem tivesse interesse em construir em pedra. Recentemente no Pico, a cantaria tem preços muito elevados e é muito procurada para construção.
O resto tem muito que se diga, por exemplo a casa dos meus pais não foi reconstruida, aí na cidade...
O teu post está muito bonito e encerra uma reflexão bastante interessante. Em épocas de crise tomam-se decisões, executam-se... depois acontecem estas situações. desperdícios, falta de visão...
Hello Fernanda :) Bem me lembro das secas que tb apanhava na Ribeirinha. Aquilo era mesmo só aquela estrada. A Ribeirinha foi uma freguesia criada por gentes de S. Jorge quando vieram para o Faial em massa, não foi? Daí o meu "Brasil" no nome pelo lado dos meus avós maternos, em S. Jorge quase todos têm Brasil no nome. hehe.
Aquando a reconstrução, aproveitámos lá em casa para o jardim todas essas pedras. No Faial tb valem bastante.
9 Comments:
Nestas alturas Fernanda, as pessoas querem é um tecto e de preferência com cara de casa nova. As pessoas que moravam nestas de pedra, moravam lá porque não tinham hipóteses de melhor. Digo isto porque a freguesia dos meus avós no Faial, a Ribeirinha, foi toda abaixo (como se viu), e «passada» para nova localização com novas construções.
Digo-te, sem contar com o factor saudade, eles estão bem mais felizes com o conforto e não teriam ficado mais contentes se o governo e CPR os tivesse obrigado a respeitar a traça antiga.
É difícil em caso de sismo obter consenso estético/cultural quando a prioridade é a sobrevivencia e o conforto.
Tive um tio que morreu há um ano sem ver a nova casinha, morreu num barraco nos Cedros, doente e ao frio. Não é fácil.
Falando por mim, acho que é mais quem sempre morou em casa nova ou de cidade que aprecia mais as antigas de pedra.
Tenho muita pena também, mas são consequências naturais imprevistas, daí que a única forma de conservação seja o turismo rural. Penso eu.
Um abraço amiga*
By RD, at 1:01 da tarde
este comentário era para baixo... quanto á reconstrução ou entidades (in)competentes (i)responsáveis, podia-te falar nas empresas que fugiram ou foram à falência, mas creio que saberás também de tantos casos como eu. sem esquecer das pessoas oportunistas que fizeram construções de luxo e ainda alugaram quartos. etc. ;)
By RD, at 1:05 da tarde
Passei por isso em 80.
Porque será, que os erros se prepetuam mais facilmente que as correctas soluções?
By Desambientado, at 9:02 da tarde
Fernanda vai lá ao bordado, aos comentários do bule...
By frosado, at 12:21 da tarde
Olá Rosa
Que engraçado, os meus avós maternos eram da Ribeirinha, mais propriamente dos Espalhafatos, detestava qd vinhamos da Terceira, nas férias do Verão, era obrigatório visitar o "tio António do botequim" e claro pernoitar, não havia luz eléctrica, eu achava aquilo tão triste, ele compensava-me com um baloiço na quinta...
O meu propósito, nesta postagem, é chamar a atenção ao "destino" que se deu e continua a dar à nossa "pedra talhada" utilizada outrora nas contruções, que foi enterrada e que está sendo utilizada na construção de muros.
Já não há canteiros, não seria bom ter sido recolhida, para venda ou outro tipo de transação para quem tivesse interesse em construir em pedra. Recentemente no Pico, a cantaria tem preços muito elevados e é muito procurada para construção.
O resto tem muito que se diga, por exemplo a casa dos meus pais não foi reconstruida, aí na cidade...
Bom fim de semana
Bjs
By Maria Silva, at 12:43 da tarde
desambientado
É pena, penso que o homem tem uma memória muito curta, afinal, não se passou assim tanto tempo...
Sei que muitas pessoas continuamente penalizadas e outras...
By Maria Silva, at 12:49 da tarde
Cuidado com o Turismo Rural, para não acontecer como com a "monocultura" da vaca.
By Maria Silva, at 12:56 da tarde
O teu post está muito bonito e encerra uma reflexão bastante interessante.
Em épocas de crise tomam-se decisões, executam-se... depois acontecem estas situações. desperdícios, falta de visão...
By Fátima Silva, at 11:07 da tarde
Hello Fernanda :)
Bem me lembro das secas que tb apanhava na Ribeirinha. Aquilo era mesmo só aquela estrada.
A Ribeirinha foi uma freguesia criada por gentes de S. Jorge quando vieram para o Faial em massa, não foi? Daí o meu "Brasil" no nome pelo lado dos meus avós maternos, em S. Jorge quase todos têm Brasil no nome. hehe.
Aquando a reconstrução, aproveitámos lá em casa para o jardim todas essas pedras. No Faial tb valem bastante.
Abracinhos!
By RD, at 9:59 da tarde
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