Ilhas do mar

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Já Bocage não sou!...Á cova escura

Já Bocage não sou!...Á cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura !

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fntástico corria:

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei !... Oh ! se me creste, gente impia,
Rasga meus versos, crê na eternidade !

Bocage

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